sexta-feira, 3 de junho de 2011
Fhemig alerta sobre riscos para a saúde de fumantes e fumantes passivos
BELO HORIZONTE (31/05/11) - Não é difícil escutar: “preciso parar de fumar, mas agora não consigo”. Sempre existe uma data ou ocasião protelada para este verdadeiro ato de coragem. Neste dia 31 de maio, Dia Mundial sem Tabaco, toda a população mundial se mobiliza contra o hábito de fumar, realizando campanhas, repassando mensagens e outras atitudes.
Referência pública estadual em Pneumologia, o Hospital Júlia Kubitschek da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) mantém um ambulatório de abordagem ao tabagista, onde atuam vários profissionais, como psicólogos e médicos de diversas especialidades. O encaminhamento pode ser feito pela Atenção Básica, mas também existe a demanda do próprio hospital, vinda da região. A procura é espontânea, ou seja, o paciente precisa estar disposto a parar de fumar.
O pneumologista e gerente da Pneumologia do Hospital Júlia Kubitschek, Gediel Cordeiro Júnior, lembra que atualmente o foco é o fumante passivo, que vem sendo protegido por leis que impedem o tabagismo em ambientes fechados, por exemplo. “Dependendo da quantidade de fumaça no ambiente, os efeitos podem ser piores para quem não fuma do que para os próprios fumantes. É como se a pessoa inalasse muitos cigarros, ao mesmo tempo, e sem filtro”.
Gediel lembra que houve uma redução significativa de fumantes nos últimos 10 anos no Brasil. “Por causa de um conjunto de medidas e campanhas direcionadas, a incidência do tabagismo caiu pela metade, de 30 para 15%”. Ou seja, as gerações mais jovens estão fumando menos. O número de homens ainda prevalece, mas as mulheres estão em ascendência.
Sobre o tratamento, o pneumologista diz que é uma combinação entre suporte psicológico e medicamentos acompanhados por médicos. Entre estes medicamentos, existem três classes: os repositores de nicotina (adesivos e goma de mascar), os antidepressivos e uma droga recente antagonista dos receptores da nicotina no organismo. “Esta droga libera substâncias e hormônios, como a endorfina que, como o cigarro, causam o mesmo prazer ao fumante, ao mesmo tempo em que anula a receptação da nicotina pelo organismo. Ou seja, facilita o abandono do cigarro”.
Pela experiência do médico, a resposta inicial do tratamento é boa. “O problema é manter a longo prazo; somente de 30 a 40% conseguem ficar sem fumar pelo menos um ano”.
Efeitos conhecidos, mas ignorados
Sabe-se hoje, que o tabagismo é responsável por 90% dos casos de câncer de pulmão, 30% de outros cânceres e 25% de doenças coronarianas, como infartos e acidentes vasculares cerebrais. Afinal, quando se fuma, o organismo recebe mais de 4.700 substâncias tóxicas, podendo o fumante desenvolver as DOPC’s - Doenças Pulmonares Obstrutivas Crônicas.
E os males não se restringem ao fumante, mas também às pessoas que convivem com ele. As mesmas doenças podem atingir aos chamados “fumantes passivos”, principalmente as crianças. A exposição à fumaça do cigarro ou às substâncias contidas neles pode causar mortes prematuras (síndrome da morte súbita infantil), infecções respiratórias agudas, problemas de audição, desenvolvimento de asma, entre outras que podem comprometer o desenvolvimento pulmonar dos filhos de pais fumantes, por exemplo.
Campanha
A Fhemig deflagra, nesta terça-feira (31), uma campanha de combate ao fumo, conscientizando seus 14 mil servidores sobre as consequências do tabagismo. Com o slogan “Dê o primeiro passo: jogue aqui o seu cigarro”, a campanha começa com uma mobilização na porta da Administração Central da Fundação, que irá percorrer, depois, todos os setores levando uma lixeira estilizada com o lema.
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