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terça-feira, 23 de agosto de 2011

Extravagância e mão de ferro marcam os 42 anos de Kadafi no poder; saiba mais

.RIO - Conhecido pelo jeito extravagante de se vestir e por andar acompanhado por guarda-costas mulheres, o coronel Muamar Kadafi é o chefe de Estado não monarca há mais tempo no poder no mundo - mesmo que oficialmente não ocupe um cargo no governo. Ele lidera a Líbia desde que depôs o rei Idris I, sem um banho de sangue, e quando tinha apenas 27 anos. Sua sobrevivência por 42 anos no poder se deveu a uma combinação da mão de ferro que usava contra dissidentes com a habilidade política, que usou para romper o isolamento diplomático que marcou o país após o envolvimento em atentados terroristas.Por duas décadas, Kadafi foi considerado um pária pela comunidade internacional, após uma bomba destruir um avião da Pan Am sobre Lockerbie, na Escócia, em 1988, matando 270 pessoas. Após anos negando envolvimento, a Líbia acabou reconhecendo a responsabilidade no caso, em 2003, e pagando até US$ 10 milhões a parentes das vítimas. O anúncio de que desmantelaria seu arsenal nuclear, meses depois, foi outro fator que ajudou a abrir caminho para o retorno à comunidade internacional. No ano seguinte, os Estados Unidos suspenderam o embargo econômico ao país. Kadafi nasceu no deserto, perto da cidade de Sirta, em 1942. Filho de nômades, disse ter herdado dos pais o gosto pelas tendas. Na juventude, era um admirador do presidente egípcio, Gamal Abdel Nasser, e de suas ideias de nacionalismo árabe. Kadafi chegou a ir para a Universidade de Benghazi, para estudar Geografia, mas largou o curso para entrar para o Exército. Foi na academia militar que surgiram os planos para derrubar a monarquia. Ele chegou a ser enviado para o Reino Unido, para receber treinamento militar, mas na volta lançou sua tentativa de golpe, em 1 de setembro de 1969.

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